
Depois da greve dos médicos da região de Lisboa e Vale do Tejo, haverá novas greves neste setor nos próximos meses de outubro e novembro.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciou uma nova greve de dois dias programada para 17 e 18 de outubro, em resposta à decisão do governo de legislar unilateralmente sobre o novo regime de dedicação plena e a grelha salarial associada, sem a concordância dos sindicatos. Esta medida está a causar agravamentos nas condições de trabalho dos médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal.
A presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, destacou a falta de diálogo e a unilateralidade do Governo ao justificar a greve. Segundo a própria, “o Governo vai legislar unilateralmente, sem a concordância dos sindicatos”, o que deixou os médicos insatisfeitos e levou a esta ação de protesto.
A esta nova greve de dois dias em outubro soma-se a outra greve anteriormente agendada para 14 e 15 de novembro, também organizada pela FNAM. Para além destas ações, está prevista uma manifestação à porta do Ministério da Saúde, em Lisboa, no dia 14 de novembro.
O impasse entre os sindicatos dos médicos e o Ministério da Saúde persiste há vários meses, com as negociações ainda sem alcançar um acordo satisfatório. Questões como as normas particulares de organização e disciplina no trabalho, a valorização dos médicos nos serviços de urgência, a dedicação plena prevista no novo Estatuto do SNS e a revisão das grelhas salariais permanecem como pontos de discussão cruciais.
Para os pacientes com consultas ou cirurgias agendadas para outubro, é aconselhável verificar se esses compromissos médicos serão mantidos antes de sair de casa, dada a incerteza causada pela greve planeada. Os médicos esperam que as suas ações chamem a atenção do Governo para os seus pedidos por melhores condições de trabalho e salários dignos. A situação continua a ser acompanhada de perto por toda a comunidade médica e pelos cidadãos portugueses preocupados com o sistema de saúde do país.
De relembrar que na semana passada, os médicos da região de Lisboa e Vale do Tejo fizeram também uma greve – convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) – de dois dias (13 e 14 de setembro) para exigir uma “resposta efetiva ao caderno reivindicativo sindical e uma proposta de grelha salarial que reponha a carreira das perdas acumuladas por força da erosão inflacionista da última década e que posicione com honra e justiça toda a classe médica, incluindo os médicos internos, na Tabela Remuneratória Única da função pública”, referiu o SIM numa ‘Carta aberta aos Utentes do SNS‘.