‘Marcas brancas’ representam cerca de 40% nas compras.
A inflação faz sentir-se nos supermercados e as suas consequências traduzem-se no aumento das faturas e na mudança dos hábitos de consumo.
Segundo o Dinheiro Vivo, com base nos dados divulgados pela consultora Nielsen, as famílias portuguesas gastaram cerca de 8 mil milhões de euros em bens alimentares, mais 567 milhões por comparação ao mesmo período de 2021, o que representa um aumento de 7,7%.
Além disso, registaram-se ainda diminuições no consumo de peixe e carne de vaca, a preços mais elevados, com perdas entre 10% e 15%, de acordo com Gonçalo Lobo Xavier, Secretário-Geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).
À soma da maior procura pelas “marcas brancas”, onde num total de 10 produtos, quatro deles são de marcas de distribuição, acresce o facto dos portugueses irem mais vezes às compras, em busca de descontos, mas levarem menos artigos. “Há sinais claros de uma retração, com o consumidor a procurar artigos mais baratos e a saltar de cadeira em cadeira em busca das promoções”, disse.
Embora os retalhistas estejam a “esmagar as suas margens”, Gonçalo Lobo Xavier alertou que vai chegar um ponto em que se a pressão nas cadeias de valor persistirem vão haver “tempos mais complicados nos próximos meses porque a situação está a tornar-se insustentável”.