O Royal College of Art e a University College London desenvolveram um projeto que promete revolucionar a luta contra a poluição global.
Um projeto inovador está a emergir nas ruas movimentadas de Londres (Inglaterra), onde a poluição sonora do trânsito está a ser convertida numa fonte de energia verde. O sistema revolucionário, denominado de AlgaeWave e desenvolvido pelo Royal College of Art e pela University College London, aproveita o ruído urbano para impulsionar o crescimento de microalgas, que servem como matéria-prima para a produção de biocombustível sustentável.
A tecnologia AlgaeWave funciona como um sistema de cultivo em ciclo fechado e encontra-se instalado ao longo das estradas movimentadas da capital inglesa. Este sistema absorve não apenas o ruído do tráfego, mas também dióxido de carbono, micropartículas e luz solar, criando desta forma um ambiente ideal para o crescimento das microalgas.
“Podemos ouvir um som porque ele faz vibrar as micropartículas no ar e está a criar a onda mecânica, criando assim a tensão mecânica. A própria microalga absorverá tudo isto e, depois, com esta tensão mecânica, aumentará ainda mais o crescimento celular e a produção de biomassa de microalgas e de biocombústivel”, explica Bingqin Yang, estudante de Engenharia de Design de Inovação.
Para além da sua capacidade de absorver poluição sonora, o AlgaeWave também filtra o dióxido de carbono, convertendo-o em oxigénio, contribuindo assim para a purificação do ar em áreas urbanas. O design modular e hexagonal do respetivo sistema permite que seja empilhado para criar barreiras sonoras que funcionam como viveiros de algas ao longo das estradas londrinas.
Porém, os benefícios não se limitam apenas à redução da poluição sonora e atmosférica. Segundo a equipa de investigadores por trás deste projeto, o AlgaeWave aumenta a produção de biomassa em 30% e reduz os custos em 27%, comparativamente aos métodos tradicionais de cultivo de algas. Para além disso, espera-se que esta tecnologia impulsione a sustentabilidade em diversas aplicações, como biocombustíveis, produtos biofarmacêuticos e produção de alimentos.
“AlgaeWave é algo de que estamos muito orgulhosos porque descreveria como algo revolucionário, para transformar o ruído em algo realmente útil, para aumentar a produção de biomassa de microalgas”, refere Bingqin Yang.
A destacar ainda que durante a COP28, realizada em dezembro de 2023 no Dubai (Emirados Árabes Unidos), o AlgaeWave ganhou destaque internacional ao ser apresentado como um dos ‘Protótipos para a Humanidade’. Com promessas de transformar a poluição sonora numa fonte de energia limpa e renovável, esta inovadora tecnologia poderá em breve tornar-se uma peça fundamental na luta contra a poluição e na procura por soluções energéticas sustentáveis.