De acordo com os dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), a nacionalidade é a principal causa dos casos de discriminação.
Portugal enfrenta uma preocupante escalada de casos de discriminação e crimes de ódio, de acordo com os mais recentes dados divulgados pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). O número de denúncias atingiu um patamar nunca antes visto, com um aumento significativo de pedidos de ajuda via online para lidar com situações de discriminação e de incitamento ao ódio e à violência.
De acordo com os dados da APAV, a nacionalidade é o principal catalisador de episódios discriminatórios, com os cidadãos brasileiros a figurarem como os mais impactados por esta onda de intolerância, seguido pela cor de pele.
O Ministério Público instaurou um total de 262 inquéritos por crimes de ódio, o que revela um aumento de 38% em comparação com o ano de 2019, conforme apontado pelo Jornal de Notícias. Este cenário é alarmante, especialmente se tivermos em consideração que Portugal é conhecido pela sua diversidade cultural e acolhimento.
Em 2023, a APAV registou 13 contraordenações relacionadas com o acesso a bens e serviços, destacando a persistência da existência de barreiras à plena participação na sociedade. Paralelamente, a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género reportou um total de 70 casos no ano passado, sublinhando desta forma a amplitude deste problema crescente em Portugal.
Também as forças de segurança foram chamadas a intervir, com a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Guarda Nacional Republicana (GNR) a registarem 347 crimes de discriminação e incitamento ao ódio, revelando um aumento de 77 casos em relação a 2022.
Diante deste panorama preocupante, urge a necessidade de haver medidas eficazes para combater e para prevenir a discriminação e os crimes de ódio em Portugal, de maneira a promover uma sociedade mais inclusiva e respeitadora da diversidade cultural.