O consumo de carne de cão é uma prática alimentar tradicional da Coreia do Sul, porém, esta tendência tem diminuído ao longo dos últimos anos.
O Parlamento sul-coreano deu um passo histórico esta terça-feira (9 de janeiro) ao aprovar, por unanimidade, um projeto de lei que proíbe pela primeira vez o consumo de carne de cão na Coreia do Sul, uma prática secular profundamente enraizada na cultura do respetivo país asiático.
A Assembleia Nacional sul-coreana votou a favor da proibição, com 208 votos a favor e nenhum contra. O projeto de lei aguarda agora a aprovação do Conselho de Ministros e a ratificação pelo Presidente Yoon Suk Yeol, um processo que é considerado uma mera formalidade, uma vez que o Governo expressou o seu apoio a esta proibição do consumo de carne de cão.
A nova lei vai tornar ilegal o abate, a criação, o comércio e a venda de carne de cão para consumo humano a partir do ano de 2027 e quem não cumprir com esta nova legislação será punido com dois a três anos de prisão. Esta iniciativa representa uma mudança significativa em relação às práticas alimentares tradicionais da Coreia do Sul e uma crescente consciencialização sobre o bem-estar animal.
A proibição do consumo de carne de cão, em 2027, tem sofrido uma forte resistência por parte do setor da pecuária, que historicamente lucrava com este comércio, enquanto que os ativistas celebram esta decisão como uma vitória para os direitos dos animais. A carne de cão era, até agora, um alimento popular na Coreia do Sul, com as estimativas a indicarem um consumo de até um milhão de animais por ano.
As atitudes em relação ao consumo de carne de cão têm mudado gradualmente ao longo dos últimos anos, especialmente entre as gerações mais jovens, com os sul-coreanos a começarem a ver os cães mais como companheiros leais do que como fonte de alimento, o que tem feito com que o consumo de carne de cão se tornasse um tabu social na Coreia do Sul.
A crescente indústria de animais de estimação na Coreia do Sul, juntamente com a contínua pressão de ativistas pelos direitos dos animais, desempenhou um papel crucial para esta transformação cultural, onde cada vez mais famílias sul-coreanas optam por ter um cão como parte dos seus lares, contribuindo assim para uma mudança nas percepções sobre o papel dos cães na sociedade.
Algumas sondagens recentes sugerem que a maioria dos sul-coreanos já abandonaram o consumo de carne de cão, indicando uma transformação significativa nos hábitos alimentares e uma maior consciencialização sobre o respeito pelos animais em si. Esta proibição, a partir do ano de 2027, representa um marco nas práticas alimentares da Coreia do Sul, simbolizando um passo importante em direção a um tratamento mais ético dos respetivos animais.