A convite da Lexus Portugal fomos a Aveiro ensaiar o novo LBX, o crossover compacto da divisão de luxo da Toyota, e a experiência foi reveladora das características únicas da nova proposta da Lexus e o “porquê” de, antes mesmo de o conduzirem, 50 clientes já terem ficado rendidos aos encantos do LBX.
O mais pequeno dos crossover (ou SUV compacto) da Lexus não é novidade na New Men e a primeira vez que o vimos ao “vivo e a cores” foi em junho de 2023 numa apresentação muito exclusiva em Milão. Quase um ano depois, as características que o diferenciam mantêm-se, mas ao volante sobressaem outras que numa visão estática é impossível avaliar.
Resumidamente, o novo LBX articula-se em torno de uma única motorização híbrida – a combinação do 1.5, de três cilindros, o mesmo do Yaris Cross, com um motor elétrico, resulta numa potência combinada de 100 kW (136 cv) e num binário máximo de 185 Nm. Ao nível das prestações, a Lexus anuncia que o LBX acelera de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos e pode atingir uma velocidade máxima de 170 km/h.
A Lexus disponibiliza o LBX em cinco “ambientes”: Elegant e Relax, que privilegiam um toque requintado, e Emotion, Cool e Cool+, que apresentam um perfil mais desportivo e dinâmico.
Preços começam nos 34 950€
A marca propõe ainda uma versão base, designada LBX, que estará disponível por 34 950€, e que já conta com jantes de 17” (pneus 225/60 R17”) e estofos em tecido, surpreendendo ainda pela restante oferta de equipamento de série, mas esta só estará disponível em julho próximo.
Em termos de preços, o LBX Elegant está disponível por 38 750€, o Emotion custa 41 750€, o nível Relax tem um preço de 44 250€, e o Cool 44 600€. No topo da oferta está o referido Cool+, disponível por 47 750€, inclui, entre outros, os estofos em pele c/comandos elétricos e aquecimento, o estacionamento remoto, HUD e o sistema de som Mark Levinson.
Um silêncio inebriante
Ao volante do LBX sobressaem o requinte e o refinamento. A suspensão é confortável, os bancos são envolventes q.b. e sujeitam bem o corpo e a posição de condução adapta-se e diferentes estaturas e morfologias. E ainda bem, já que o público-alvo deste crossover B premium é lato. A Lexus aponta para os que já são proprietários de um automóvel da marca, mas pretendem um segundo carro para a família ou para os filhos utilizarem. A outra franja são as famílias jovens, que nunca tiveram um Lexus, mas aspiravam a ter um, e não querem (ou não podem) chegar a um UX ou a um NX.
Estes últimos clientes serão particularmente importantes porque serão novas “aquisições” para uma marca que pretende um rejuvenescimento da sua imagem e do cliente-tipo. Também por isso o LBX é tão importante para a Lexus, até porque, verdade seja dita, a concorrência neste segmento não é muito abundante. Tirando o Audi Q2 e, possivelmente, mesmo sendo 100% elétrico, o Volvo EX30, não há muitos concorrentes a destacar.
Voltando ao LBX, e como referimos, o interior é particularmente bem conseguido em termos de apresentação. É claro que o espaço, em especial atrás, não é muito e a bagageira fica-se pelos 332 litros (ainda assim, não é um mau valor), mas nos bancos dianteiros o cenário com que nos deparamos faz-nos imaginar estar num automóvel do segmento acima.
Em andamento, a sensação é igualmente de grande qualidade. É evidente o trabalho da Lexus em atenuar o habitual desfasamento das caixas tipo e-CVT entre a carga de acelerador, a subida de regime e o ganho de velocidade. Não está perfeito, não, mas numa utilização normal ninguém dará por isso. Especialmente nas versões melhor equipadas que já incluem de série os vidros acústicos (duplos e laminados), detalhe que faz uma diferença assinalável na insonorização, especialmente acima dos 100 km/h, quando os ruídos aerodinâmicos começam a ganhar protagonismo.
As prestações também mais do que suficientes para o estilo de condução a que o LBX convida. Quem sabe se a Lexus avança mesmo com a intenção de colocar no seu crossover compacto a mesma mecânica do Toyota Corolla GR com 305 cv e tração integral. Bem, pelo menos sonhar ainda não paga imposto…
Artigo por Rui Reis