Dados de um novo inquérito sobre a vida com cancro da próstata, promovido pela Associação Portuguesa de Urologia (APU) e pela Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDP), com o apoio da Bayer.
As primeiras conclusões do inquérito são divulgadas no âmbito do mês de prevenção do cancro da próstata, que se assinala em novembro e também, devido à campanha de sensibilização #VamosTocarNesteAssunto, com o intuito de promover o aumento da literacia na área do cancro da próstata, alertando a população para conhecer os primeiros sinais da mesma, especialmente os homens, que devem realizar exames periódicos a partir dos 45-50 anos.
“O inquérito demonstrou que ainda existe uma grande falta de conhecimento e literacia sobre o cancro da próstata. Cerca de metade dos inquiridos (46%) avaliaram o seu nível de informação no momento do diagnóstico como sendo bastante reduzido, sendo que 26% dos doentes afirmaram que não sabiam nada sobre a doença”, realça Joaquim Domingos, presidente da Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDP), que já sobreviveu ao cancro da próstata.
Uma das principais conclusões retiradas é que cerca de 50% dos doentes com cancro da próstata nunca falam ou passam vários meses sem falar com a sua família sobre o cancro da próstata. No entanto, ainda podemos constatar as seguintes ilações retiradas:
- 66% dos inqueridos tinham menos de 65 anos quando foram diagnosticados com cancro da próstata (e quando detetado em fases precoces tem uma probabilidade de cura);
- 73% dos inquiridos foram envolvidos pelo médico nas decisões sobre os cuidados de saúde e os tratamentos para o Cancro da Próstata e 91% afirmam ter sido bem atendidos pelos profissionais com os quais contactaram;
- O top 3 das principais fontes de informação que são privilegiadas pelos doentes quando pretendem obter informações sobre o cancro da próstata são: em primeira instância o médico especialista (78%), em segundo lugar o médico de família (44%) e em terceiro lugar as associações de doentes (23%). Os canais digitais são referidos por menos de 20% dos inquiridos;
- 57,5% dos homens com cancro da próstata estão em situação laboral ativa;
- 68,2% dos inquiridos afirmam ter a doença controlada, o que é possível através do tratamento adequado;
- A monitorização do PSA (Antigénio Específico da Próstata), de extrema importância no seguimento da evolução da doença deve ser realizada regularmente, mas apenas 31,3% dos inquiridos o faz trimestralmente. 26,9% afirmam monitorizá-lo anualmente;
- 92,5% dos doentes tomam qualquer medicação para outras condições de saúde, em muitos casos mais do que uma, como para a hipertensão arterial, níveis de colesterol elevados, coagulação e diabetes mellitus. As opções de tratamento devem ser discutidas com o Urologista/Oncologista, de forma a não comprometerem a gestão destas doenças concomitantes;
- 15,6% dos inquiridos não conseguem associar uma palavra ao cancro da próstata, mas alguns associam-nos principalmente a referências negativas, como mau/perigoso (18%), medo (9%) e dor/sofrimento (7%). Surgem também algumas referências positivas, como cura, prevenção e esperança.
“É urgente promover a partilha de informação sobre a doença e os seus sintomas, bem como consciencializar para a realização de exames periódicos, que permitam um diagnóstico e tratamento atempados. E este inquérito demonstra que a informação sobre a doença (54%) e sobre as opções terapêuticas (41%) são os tipos de informação que os inquiridos consideram fazer-lhes mais falta”, alerta Miguel Silva Ramos, presidente da Associação Portuguesa de Urologia (APU).
O cancro da próstata tem um impacto significativo na vida dos doentes, sendo a função urinária, sexual e a saúde mental bastante afetadas. É a doença oncológica mais frequente no homem e a 3ª principal causa de morte por cancro, o que representa mais de 10% das mortes por cancro a nível global. Afeta cerca de 6 mil homens por ano, em Portugal.
Para mais informações sobre o cancro da próstata, consulte o seu médico assistente e visite o site oficial do movimento #VamosTocarNesteAssunto, da APU ou da APDP.