A decisão do primeiro-ministro, António Costa, de assumir a função de ministro das Infraestruturas já foi aceite pelo Presidente da República.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta quarta-feira (15 de novembro) que vai assumir pessoalmente as responsabilidades e a função de ministro das Infraestruturas, cargo esse que está vazio desde o dia 13 de novembro após a demissão de João Galamba, na sequência da Operação Influencer.
A decisão foi formalizada através de um comunicado publicado no site da Presidência. “Nos termos do número 2 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 32/2022, de 9 de maio, com a exoneração do Ministro das Infraestruturas [João Galamba] as suas funções foram assumidas pelo Primeiro-Ministro [António Costa]”, refere o respetivo comunicado, antes de acrescentar que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “aceitou a proposta de recondução de Frederico André Branco dos Reis Francisco, anterior Secretário de Estado das Infraestruturas, como novo Secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas, na dependência do Primeiro-Ministro [António Costa]”.
Na segunda-feira (13 de novembro), Marcelo Rebelo de Sousa exonerou, com efeito imediato, o secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, e João Galamba – constituído arguido no âmbito da Operação Influencer –, com este último a justificar a sua demissão com a necessidade de proteger a tranquilidade e a privacidade da sua família.
No entanto, esta não é a primeira vez que João Galamba se encontra no centro de controvérsias visto que há seis meses (maio), após os incidentes com o seu gabinete no Ministério das Infraestruturas, o então ministro apresentou a sua demissão, mas a mesma foi recusada por António Costa por considerar que teria custos para a autoridade do Governo e do Estado. Nessa mesma altura, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acabou por expressar publicamente a sua divergência em relação à decisão tomada pelo primeiro-ministro.
De relembrar que a Operação Influencer está relacionada com alegados negócios ilícitos de exploração de lítio e hidrogénio verde, bem como a criação do data center de Sines.