A New Men sugere 5 livros para os indecisos que se atrasaram nas compras de Natal.
Apesar de muita gente torcer o nariz ao rasgar o papel e encontrar um livro, na New Men acreditamos que a leitura de uma grande obra pode ser bastante prazerosa e enriquecedora. Já para não falar de que um livro é uma óptima alternativa às distrações fáceis do telemóvel que, na maioria dos casos, são só úteis para preencher o tempo. Ler um livro, para além de estimular o cérbero, ajuda-o a escrever melhor e a engrandecer o seu vocabulário.
Nesse sentido, sugerimos cinco livros que nos parecem essenciais para qualquer leitor, ou para quem queria estimular o gosto pela leitura a um familiar ou amigo.
“O Principezinho” (1943) de Saint-Exupéry

De astroide em astroide, o Principezinho vai encontrando as mais surpreendentes personagens. Elas ensinam-lhe pequenas – grandes – lições que lhe serão úteis para as suas (e nossas) relações.
Obra fundamental da literatura mundial. De uma simplicidade e ternura infindável, este é um livro para todas as idades e que deve ser relido ao longo da vida. Acompanhar a viagem d’ “O Principezinho” é descobrir a beleza da vida e perceber que podemos encontrar as maiores surpresas nas mais inesperadas situações.
“O Fator Churchill” (2015) de Boris Johnson

Um livro biográfico que relata a vida de um dos mais corajosos e emblemáticos líderes do mundo ocidental. Dos seus tempos de juventude em que foi correspondente de guerra, ao desastre por ele causado (Dardanelos) na Primeira Grande Guerra. Não esquecendo a sua denúncia precoce sobre o perigo que Hitler representava, já nos anos 30, ao estalar da Segunda Guerra Mundial, acontecimento que liderou com enorme bravura e tenacidade, para depois perder as eleições no seu rescaldo. Incompreensível para o mundo, mas precioso pois três anos depois de as perder alerta para os perigos da expansão da União Soviética, o famoso discurso da “Cortina de Ferro”. Nesta biografia, Boris Johnson acompanha todos os episódios da vida de Churchill e sempre com o cuidado de não nos maçar, mas sim envolver.
Mesmo que não se reveja no estilo irreverente do Primeiro Ministro Britânico, não julgue que a sua rebeldia política faz dele um mau escritor. Na verdade, ainda que pouco imparcial, esta é uma das muitas biografias que já se escreverem sobre um dos maiores líderes democráticos do mundo mais fáceis de ler e cheia de curiosidades sobre a exuberante personalidade de Winston Churchill. Talvez ficará surpreendido em saber que o líder inglês foi um dos grandes responsáveis por implementar o subsidio do desemprego e o direito a férias.
“1984” (1949) de George Orwell

No mundo distópico de “1984” não há verdade, não há pensamento critico, não há cultura, nem liberdade. A denúncia premeia o cidadão e a reflexão aprisiona-o. É isso que acontece à personagem principal quando, contra um regime inteiro, totalitário e que nunca dorme, começa a questionar o funcionamento da sociedade a que pertence sem escolha nem escape.
Uma obra intemporal e que, em circunstância nenhuma, deve ser esquecida. O mundo distópico de “1984” ganha ainda mais relevância no período que o mundo atravessa. Porque, é certo que há uma pandemia, mas fomos privados do mundo como o conhecíamos. Os governos implementam estratégias questionáveis que têm um profundo impacto na sociedade. Além disso, no Fórum Económico Mundial deste ano, delineou-se uma alternativa à presente realidade definida como o “Great Reset”, uma maneira de repensar a sociedade e estratégias económicas para que se implemente a quarta revolução industrial. Uma das passagens do vídeo propagandístico da organização dizia: “Não possuirás nada que é teu e serás feliz”. Avizinham-se tempos, no mínimo, Orwellianos.
“O Retrato de Dorian Grey” (1890) de Oscar Wilde

Dorian Grey é retratado pelo pintor Basil. O artista insiste que a beleza do protagonista da sua obra é imortal, conclusão a que o próprio Dorian chega. Na tentativa de a salvar – à beleza – para sempre, faz um pacto que determina o envelhecimento do seu retrato e não dele mesmo. Mas será o Dorian Grey pincelado apenas uma representação do real? E qual o custo da beleza e jovialidade eterna.
Oscar Wilde foi uma figura controversa da literatura inglesa. Escreveu, sobretudo, peças de teatro sendo este livro o seu único romance. Esta é uma história muito interessante que desafia a obsessão pela imagem e que questiona a futilidade que vive em cada um de nós. Num mundo em que quase toda agente é a estrela principal do seu portfólio pessoal de redes sociais, vale a pena reflectir, com Oscar Wilde, a obsessão pela imagem.
“As 100 Melhores Crónicas” de Miguel Esteve Cardoso”

Um dos mais importantes cronistas nacionais contemporâneos. Uma série de leituras imperdíveis e cheias do bom humor a que Miguel Esteves Cardoso sempre nos habituou. A nossa redactora, Marta Pereira Laranjeira, escreveu sobre o lançamento recente. Pode aceder ao seu texto aqui.
Este artigo escrito por Bernardo Mascarenhas de Lemos